Não tem muito tempo que eu falei, em “Memórias Militares”, da importância da preservação da história, de como é fundamental conservar objetos, documentos e registros dos acontecimentos, do Espaço Cultural da Marinha e dos nossos museus flutuantes, como o Submarino Riachuelo e o Contratorpedeiro Bauru.
Hoje, depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro, pergunto o porquê de tanto descaso e negligência com um assunto que é primordial para nossas vidas.
Abandono, desleixo, material inflamável, falta de água, tudo isso contribuiu para o desaparecimento do maior museu de história natural do Brasil.
É óbvio que para que uma tragédia como essa não aconteça, é preciso salvaguarda e cuidado, motes incrustados nos preceitos das Forças Armadas.
A Marinha, por exemplo, conta com várias normas e procedimentos para prevenção, proteção e segurança contra incêndio, tanto nas organizações militares terrestres como nos navios.
Cada organização militar possui um plano de prevenção e combate a incêndio elaborado por engenheiros, além de pessoal capacitado pronto para colaborar com o Corpo de Bombeiros.
Já um incêndio a bordo de um navio de guerra será combatido pela própria tripulação — não tem como chamar os Bombeiros no meio do mar. Para isso, são observados, rigorosamente, os procedimentos operativos e as publicações do Centro de Adestramento de Almirante Marques de Leão, o famoso “Camaleão”, que é responsável pela doutrina de combate a incêndio na Marinha há mais de 50 anos. Manuais de controle de avarias estruturais, eletrônicas e elétricas; de combate a incêndio; e de estabilidade, para citar alguns. É muito estudo, periódicos treinamentos, no próprio navio e no Camaleão, e intenso preparo.
Há também as inspeções que verificam, constantemente, as condições do material e de adestramento do pessoal, como as inspeções administrativo-militar e operativa, esta última nos navios, conduzida por uma Comissão de Inspeção e Assessoria de Adestramento, a temida CIAsA.
Não pense que é muita coisa. É responsabilidade e zelo com as pessoas e com os nossos bens, que são públicos.
Como era o Museu Nacional.