O mar foi dominado por barcos à vela até a chegada da Revolução Industrial. Eles resistiram até meados do século XIX, com a introdução gradual do navio a vapor, mas até hoje são exaltados por suas façanhas. Notáveis e majestosos, foram protagonistas de vários filmes, encarando grandes tempestades e ataques. Em Mestre dos Mares, por exemplo, o H.M.S. Surprise, um dos principais navios de guerra da marinha britânica, comandado por ninguém menos que Russell Crowe, perdeu metade da tripulação. Jeff Brigdes também suou à frente do navio-escola Albatroz, enfrentando perigos e o “White Squall”, um violento redemoinho de águas brancas, no filme A Tormenta.
O Navio Veleiro Cisne Branco, da Marinha, é uma réplica de um típico Clipper, um dos últimos navios à vela. Ele representa o Brasil em diversos eventos náuticos, tanto nacionais como internacionais, estreitando laços com as marinhas amigas, além de exercer funções diplomáticas, de relações públicas e de treinamento.
O Cisne Branco é a terceira embarcação a ter esse nome, em homenagem ao hino da Marinha, e, apesar de ser um navio moderno, faz as manobras de convés e vela exatamente como as do século XIX. As velas são manuseadas com o uso de quase 18 quilômetros de cabos, manualmente manobrados em trabalho de equipe, procedimento que resgata as tradições dos grandes veleiros do passado.
E por falar em tradição, a bordo do navio há uma imagem de Nossa Senhora da Boa Esperança, a mesma que Cabral trazia, em 1500, na viagem do descobrimento do Brasil.
Há também uma moeda de cem réis, do ano de 1936, com a imagem do Almirante Tamandaré, patrono da Marinha, cravada sob o pé do mastro principal, referência à lenda grega de Caronte, o barqueiro do Hades, que fazia o transporte das almas, apenas sob pagamento, ao mundo dos mortos.
O navio veleiro costuma ficar aberto para visitação gratuita do público pelas cidades por onde passa.
Aliás, ele atracou, hoje, em Belém, o primeiro porto brasileiro depois do evento Velas Latinoamérica 2018, que participou junto dos veleiros: Fragata Libertad (Argentina), Dr Bernardo Houssay (Argentina), Esmeralda (Chile), Guayas (Equador); Juan Sebastián de Elcano (Espanha), Gloria (Colômbia), Unión (Peru), Capitán Miranda (Uruguai), Cuauhtémoc (México), Simón Bolivar (Venezuela) e Sagres (Portugal).
Uma boa oportunidade de conhecer o navio que foi construído para as comemorações dos 500 anos de descobrimento do Brasil.
“A todo pano. Içá. Caça.”